"O Brasil assiste atônito à mais grave evidência de uso político e partidário das instituições do Estado, agravada pela manipulação de documentos oficiais sob responsabilidade direta do Poder Público.
Primeiro, o presidente da República anuncia ao País que a Polícia Federal se pronunciará sobre a investigação a respeito da quebra do sigilo fiscal de integrantes do PSDB, numa demonstração explícita de que o conteúdo do posicionamento de uma investigação policial, que se pretendia isenta e sigilosa, seria favorável ao seu partido, o PT.
O Brasil então quer saber:
Se o assunto é tão relevante a ponto de merecer a participação direta do presidente da República, por que a Polícia Federal não divulgou a íntegra dos depoimentos?
A resposta é simples. A leitura dos depoimentos joga por terra toda a farsa montada pelo PT para esconder as vergonhosas e inaceitáveis ações que ocorreram verdadeiramente dentro do comitê da campanha da candidata Dilma Rousseff, em Brasília.
Nas últimas 24 horas o PT, o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff usaram de todos os meios para dizer aos brasileiros que a criminosa ação de venda e de vazamento de dados sigilosos da Receita Federal ocorreu a partir de uma disputa interna do PSDB entre José Serra e Aécio Neves. Disseram isso publicamente a jornalistas e aos eleitores brasileiros.
A candidata Dilma Rousseff afirmou literalmente que o jornalista sob investigação, Amaury Ribeiro Júnior, em seu depoimento à Polícia Federal, teria declarado “que fez o trabalho dentro de um conflito entre dois candidatos à presidência dos tucanos”. Dilma avalizou perante o País inteiro a versão de que o vazamento de dados fiscais da família de José Serra foi uma iniciativa com o objetivo de proteger o governador Aécio Neves contra dossiês feitos por pessoas ligadas ao governador Serra.
A leitura do depoimento prestado pelo jornalista à Polícia Federal, no entanto, revela exatamente o contrário e joga por terra a tentativa do PT de fraudar a verdade: em nenhum momento o jornalista disse ter feito qualquer investigação com o objetivo de proteger o governador de Minas de ações de pessoas ligadas ao governador Serra.
O depoimento é inequívoco ao mostrar as digitais dos responsáveis por negociações e estratégias inaceitáveis num processo de disputa eleitoral de um País democrático. Os nomes estão declarados pelo jornalista e não são de tucanos, e sim do PT.
O depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior traz revelações importantes e necessárias para conhecimento e reflexão dos eleitores brasileiros. São elas:
1- O jornalista diz textualmente que houve pelo menos duas reuniões de integrantes do comitê da campanha de Dilma Rousseff, com data, hora e endereços identificados em Brasília, com o objetivo de contratar serviços de espionagem contra José Serra.
2- Que o comitê da candidata Dilma analisou propostas financeiras feitas para contratação de serviços de espionagem contra integrantes do próprio PT e contra integrantes do PSDB.
3- Que havia uma disputa interna por poder entre dirigentes do PT dentro do comitê da candidata em Brasília.
4- E, por fim, o jornalista atribui claramente a Rui Falcão, do PT, o vazamento dos dados fiscais obtidos por ele.
O depoimento do jornalista revela mais:
Que a obtenção dos dados fiscais ocorreu no final de setembro em data na qual Amaury Ribeiro Júnior, não trabalhava mais para o jornal Estado de Minas. Documentos da empresa mostram que o jornalista encontrava-se em férias, tendo voltado em 14 de outubro para pedir demissão.
Que enquanto trabalhava no jornal, suas despesas eram custeadas pela empresa e, durante o período das férias, suas despesas passaram a ser custeadas por pessoas. Quem pagava as despesas de Amaury? Por que ele sempre passava por Brasília antes de seguir para São Paulo, conforme demonstra a investigação?
As perguntas que o País quer ver respondidas são de quem era o dinheiro que despachante Dirceu Rodrigues Garcia disse à Polícia Federal ter recebido em sua conta corrente em agosto deste ano?
O presidente da República e Dilma Rousseff devem ainda explicar ao País quem autorizou a integrantes do comitê da candidata a fazer negociações de contratos para espionagem e que envolveriam até a contratação de transporte de dinheiro de Caixa 2, conforme afirmou o jornalista em seu depoimento à Polícia Federal.
Todos, incluindo o PSDB, esperam os esclarecimentos que se fazem necessários e urgentes ao País.
Senador Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Brasília, 21 de outubro de 2010."
Presidente Nacional do PSDB
Brasília, 21 de outubro de 2010."
E ninguém me tira da cabeça que o lamentável episódio de ontem, a agressão a José Serra, que nos envergonhou perante o mundo inteiro, foi proposital, para desviar as atenções desse caso de mais um evidente aparelhamento do Estado em favor de um partido que (ainda e não por muito tempo) está no poder.
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