O que deu em Lula? questiona Noblat

O Blog do Noblat questiona hoje o que deu em Lula - com um ingênuo "aleluia!!":


Aleluia! Lula reconhece o que sempre desprezou

O que deu em Lula?
Passou os últimos oito anos criticando seus antecessores por não terem tido tanto êxito quanto ele. Hoje, finalmente, em discurso de improviso feito durante visita ao canteiro de obras da usina hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com o Tocantins, Lula concedeu:
- Eu tenho consciência que outros presidentes da República não tiveram as mesmas condições que eu. O presidente Sarney pegou o Brasil em época de crise. O Fernando Henrique Cardoso, mesmo se quisesse fazer, não poderia, pois o Brasil estava atolado numa dívida com o FMI. Quando você deve, tem até medo de abrir a porta e o cobrador te pegar. 
Pela primeira vez, Lula admitiu que foi beneficiado por uma conjuntura econômica internacional amplamente favorável.
Isso não lhe tira os méritos pelo que fez de bom. E restabelece uma verdade que ele sempre procurou negar ou enfraquecer.

É simples, Noblat: Lula sabe melhor que você e eu, a cama que deixou montada para D. Dilma. Está justificando o fiasco que está por vir por antecipação. 
Em 2013, nos palanques, berrará que Dilma fez o que pôde, que a "conjuntura econômica internacional" não lhe favoreceu etc, etc, etc...  

Questão social?

A operação levada a cabo ontem no Rio de Janeiro não é solução definitiva para nada. O complexo do Alemão é apenas uma  parte do problema, e mesmo ele não estará a salvo de retrocessos se outras providências não forem tomadas, entre elas uma limpeza na própria polícia.

 Em quê, então, a operação foi tão boa ? Por que toda essa celebração ? Eu penso que ela foi ótima por três razões fundamentais. Primeiro, por sinalizar uma mudança de atitude : contra facínoras, usa-se a força, o resto é conversa fiada.

No Estado de Direito, gente com esse tipo de currículo só têm duas opções -  a cadeia ou o cemitério -, pouco importando, a esta altura,  se tiveram ou não oportunidades para viver de outra forma.

Diferentemente do que muitas vezes se afirma, o Estado democrático confere plena legitimidade aos governantes para que empreguem a força sempre que necessário.

E que necessidade maior pode haver, quando bandidos aterrorizam a sociedade, impedem os cidadãos de viver normalmente as suas vidas e tentam transformar uma porção do território num Estado dentro do Estado?

Boívar Lamounier, ontem. Leia a íntegra aqui.

Dois em Cena

Saiu no Blog Dois em Cena.


Sabe gente...

esse sumiço da presidente eleita está dando o que falar. Segundo alguns, ela tem feito visitas ao Sírio e Libanês e o povo malda, compreende? Estão até perguntando se seu novo avião terá UTI...ô raça de gente fofoqueira, né não?

A falta que a Justiça faz.

Não adianta. É preciso fortalecer o Judiciário. É preciso que os juízes trabalhem. Faltam juízes ? Contratem mais. Mas façam que os que aí estão, trabalhando num ritmo "muito próprio", com 60 dias de férias por ano, geralmente cumprindo meio expediente ou trabalhando 4 dias por semana, trabalhem efetivamente.

Sem Justiça não há paz social, não há democracia, não há segurança, não há estabilidade nas relações.

A notícia abaixo, vem, mais uma vez, mostrar que criminosos muitas vezes acabam impunes em decorrência da prescrição de seus crimes. 
Nem vou entrar - aqui e agora - na questão que crime contra o patrimônio público deveria ser imprescritível. E, a meu modesto entender, deveria.

Considerando que não seja caso de mudar a lei, se as que existem hoje fossem cumpridas, aplicadas, o Brasil seria um lugar muito melhor para se viver. E para isso, é preciso trabalho!

Da Agência Brasil.

O senador Mão Santa (PSC-PI) e os deputados federais Ciro Nogueira Filho (PP-PI) e Abelardo Camarinha (PSB-PI) não respondem mais a ações que tramitavam no STF (Supremo Tribunal Federal). Os processos, relativos a crimes eleitorais, foram arquivados porque prescreveram.

O inquérito de Mão Santa e Nogueira era o mesmo e dizia respeito à promoção de uma carreata no dia do primeiro turno das eleições de 2006, o que é proibido pela Justiça Eleitoral. Já Camarinha respondia por uma ação penal por ter por ter divulgado em propaganda eleitoral no pleito de 2006 fatos inverídicos em relação a opositores com potencial de influenciarem o eleitorado.

Segundo os relatores dos casos, ministros Ellen Gracie (Mão Santa e Nogueira) e Joaquim Barbosa (Camarinha), a pena máxima para os crimes eram de um ano de detenção. De acordo com o Código Penal, a prescrição para esses tipos de crimes ocorre em quatro anos contados da data dos fatos.

Nogueira foi eleito senador pelo Piauí e Camarinha foi reeleito para a Câmara dos Deputados após obter uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para que a Lei da Ficha Limpa não produzisse efeitos sobre sua candidatura. Ele foi condenado por improbidade administrativa em 2008 por ter celebrado convênios ilegais quando era prefeito de Marília (SP). Mão Santa não conseguiu se reeleger.

Uma ação contra o ex-senador Wellington Salgado (PMDB-MG) também deixou de tramitar no STF, uma vez que ele voltou à suplência após o retorno de do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB-MG) para o cargo. O ministro Dias Toffoli encaminhou a ação que acusa Salgado de sonegação de contribuição previdenciária para a primeira instância da Justiça Federal no Rio de Janeiro porque o parlamentar não tem mais direito a foro privilegiado. Salgado não conseguiu se eleger deputado federal.

Você se lembra a quem deu seu voto?

Pois é... Mais de 20% das pessoas sequer se lembram em quem votaram!! É. Estou falando dessas eleições, últimas, outubro/novembro de 2010!!!


Em dia de eleição, a lei proíbe o consumo de álcool. Pesquisa feita pelo TSE indica, porém, que um pedaço do eleitorado pode ter votado de pileque.

Entre os dias 3 e 7 de novembro, pesquisadores da Justiça Eleitoral realizaram 2.000 entrevistas em 136 municípios.

Um pedaço do questionário destinou-se a aferir o taxa de amnésia do eleitorado. Muitos dos entrevistados pareceram sobreviventes de uma ressaca.

Diz o TSE que 23% dos eleitores já não se lembram em quem votaram para deputado estadual.

Outros 21,7% não têm a mais remota idéia dos candidatos em quem votaram para deputado federal. Senado? 20,6% não souberam declinar os nomes.

O questionário não previa, mas os pesquisadores poderiam per perguntado: A eleição foi outro dia e você já com amnésia? Decerto pensaram: Ah, esquece!

- Serviço: Aqui, a íntegra da pesquisa do TSE, cuja margem de erro é de dois pontos.


Definitivamente, enquanto o voto for obrigatório, esse País não tem jeito!!